ENS em Português

‘Artigo original publicado em inglês no website cloudname.com a 30 Junho de 2022’

“(…) Ethereum Name Service (ENS) é a lista telefónica da Blockchain”.

No mês passado, o protocolo Ethereum Name Service ultrapassou a marca de um milhão de domínios registados, dos quais 365,000 só no mês de Maio.

O frenesim de registos foi impulsionado pelo “999 club” e “10k club”, um novo clube de usuarios, criado depois de todos os domínios .eth entre 000–9999 esgotarem.

Esta corrida aos números levou o protocolo ENS registrar recordes nunca antes vistos.

Alex Van de Sande e Nick Johnson da Fundação Ethereum, lançaram o Ethereum Name Service a 4 de Maio de 2017. Um protocolo de nomenclatura que permite aos usuários de blockchain dar um nome as suas carteiras de criptomoedas — caso contrário, estas são representadas por um endereço criptográfico de 42 caracteres, por exemplo, 0x623FC4F577926c0aADAEf11a243754C546C1F98c.

Este é um avanço fulcral, pois como o DNS permitiu que um nome de domínio representa-se a um endereço IP, e assim convertendo-se na lista telefónica da Internet. Da mesma forma, o Ethereum Name Service (ENS) é a lista telefónica da Blockchain.

Contudo, a utilidade não termina aí. Os domínios ENS são também NFTs, cuja veracidade é registada na blockchain de Ethereum. Isto significa que também os pode comercializar em qualquer mercado de NFTS. Mas não só, a próxima actualização do protocolo está agendada para o final do terceiro trimestre de 2022. Esta nova actualização permitirá titulares de domínios a opção de alugar, comercializar, ou receber direitos autorais em qualquer subdomínio criado a partir do seu domínio principal. Um exemplo seria, o detentor de brasil.eth, poderá eventualmente criar subdomínios como, casas.brasil.eth ou turismo.brasil.eth e vender, alugar or receber parte do valor criado pela utilização destes activos digitais.

Além disso, os nomes ENS já são a norma na maioria das carteiras de criptomoedas, além de possuírem uma arquitectura descentralizada apontar para websites descentralizados e não censuráveis. Para além de introduzir uma nova forma de autenticação universal para todas as coisas Web3. Ao invés de um utilizador conectar-se a um website utilizando ‘conecte-se com google’, os utilizadores web3 poderão utilizar ‘’conecte-se com ethereum’. A vantagem de poder conectar-se a todas e a qualquer plataforma em web3 e possivelmente web2, é por si só revolucionário. Contudo, o aspecto mais importante a ressaltar é a mudanca de paradigma que este avanço traz. Usuários estarão pela primeira vez em controle da sua própria informação pessoal.

“A ideia é vender alguns, e alugar/arrendar a grande maioria deles”, disse 1289.eth, que tem um visão a longo prazo para os seus nomes de domínio ENS.

O frenesim não passa despercebido. No início deste mês, GoDaddy (o gigante do domínios da Internet), publicou um artigo com orientações para os seus clientes e ofereceu-se para intermediar a aquisição de domínios de blockchain; ao que chamou de registos estratégicos. Nessa mesma publicação Godaddy adverte que os domínios blockchain não estão regulamentados, e sendo descentralizados na sua natureza, carecem da “forma tradicional de resolução de disputas”.

No mesmo artigo continuam, “(…) Estas identidades da Web3, como GOD.ETH, estão a ganhar ímpeto. Assistimos a um aumento drástico do número de identificadores como este que está a ser adquirido e por vezes utilizado.”

Em suma, o futuro da ENS parece cheio de promessa. E os seus maiores proponentes prevêem que nos próximos anos a grande maioria de indivíduos e empresas vão correr em a adquirir a sua identidade Web3 — especialmente com notícias de mais e mais empresas fora da indústria das criptomoedas integrando pagamentos criptográficos e mergulhando no metaverso.

1289.eth

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