Glossário ENS (ENS Glossary in Portuguese)
ENS
Serviço de Nomenclatura Ethreum (ENS – Ethereum Name Service)
O Ethereum Name Service (ENS), que é desenvolvido sobre a cadeia de blocos Ethereum, é um sistema de nomenclatura distribuído, de Código aberto (open-source), e expansível. O objectivo do ENS é converter nomes que possam ser lidos por humanos, tais como “magnum. eth”, em identificadores legíveis por computadores, tais como endereços Ethereum, endereços para outras criptomoeadas, hashes de conteúdo, e metadados.
Campo de hash de conteúdo (Contenthash)
Estabelece um campo para armazenar endereços de conteúdos e hashes no ENS. Exemplo de um hash de conteúdo (contenthash) é o hash IPFS para referenciar o alojamento de um website descentralizado.
Protocolo de Interoperabilidade Transversal (CCIP-read)
A indústria de blockchain perspectiva que a adopção de redes secundárias (camada 2) Layer 2, é o futuro. As redes de base (camada1), Layer 1, tem tido problemas com escabilidade, mas redes secundarias prometem a melhoria da experiência geral do ecossistema, diminuição das taxas de gás, aumentando a capacidade de transacção e permitindo interacções significativamente mais rápidas.
O Protocolo de Interoperabilidade Transversal (CCIP), sugerido pela proposta EIP-3668, é um mecanismo de consenso de nódulos off-chain que agrega dados de centenas de certificados de oráculo e promete a capacidade de utilizadores acederem a informação/dados fora do blockchain com fiabilidade e facilidade. Isto é, CCIP-read torna possível de resolver endereços (incluindo multiplas criptomoedas, como o BTC), avatares, hash de conteúdo e qualquer outra informação que o resolvedor ENS permita. E quando se diz fora da cadeia, significa informação que está “fora da cadeia Ethereum”, mas pode também aplicar-se a uma localização noutra cadeia, ou numa rede de camada 2, ou mesmo soluções fora da cadeia de blocos como um servidor ou mesmo uma folha de excel. Este último assume que o titular do domínio é o principal responsável pela segurança e veracidade sobre onde a origem e fiabilidade da informação.
Controlador (Controller)
A conta que pode editar os campos de texto de um domínio. O Controlador pode ser alterado pelo Registrador ou pelo Controlador.
Rótulo (Label)
A componente individual de um domínio, tal como ‘magnum’. Ou seja, a palavra/nome antes do “ponto eth”.
Hash criptográfica do Rótulo (Labelhash)
O hash keccak256 de um rótulo individual.
Domínio/nome (Domain/ENS name)
Um identificador ENS, tal como ‘magnum.eth’. Os domínios podem ser constituídos por várias partes, chamadas rótulos, separadas por pontos.
Fusíveis (Fuses)
Os fusíveis são permissões para realizar operações como transferências, definição de campos de texto, e adição de mais subdomínios. Actualmente, os subdomínios continuam a ser propriedade dos titulares de domínios em vários aspectos. Os titulares de subdomínios poderão mover os seus subdomínios e criar novos subdomínios se o titular de um domínio decidir queimar irrevogavelmente os fusíveis.
Oferta Inicial do Subdomínio (ISO – Initial Subdomain Offering)
Como as ICOs eram a venda de tokens ao público, a fim de angariar capital para um projecto de criptomoedas, as ISOs são, na mesma linha, uma oferta pública inicial de subdomínios. No caso das ISOs, a finalidade é mais abrangente. Pois pode ter como fim a expansão de uma marca pela criação de uma comunidade ou clube através da emissão de subdomínios. Mas também pode ser a constituição de um negócio individual ou empresarial à volta dos vários modelos que este mecanismo possibilitará. Este termo foi cunhado por Gary Palmer Jr, um pioneiro de ENS, e na sua visão titulares de domínios premium ou com algum reconhecimento/utilidade terão a opção de estruturar o lançamento de uma venda pública de subdomínios criados debaixo do seu dominio principal. Exemplo, magnum.eth, poderá oferecer subdominios como camisinha.magnum.eth ou champanhe.magnum.eth. A oferta pode tomar várias formas, e como estamos ainda no início deste conceito muitas inovações certamente serão inventadas. Mas alguns dos exemplos que já podemos visualizar são a compra directa de um subdomínio, como um NFT, em quem o comprar tem posse total sobre o mesmo e poderá construir websites ou qualquer outra ferramenta sem receio que este seja retirado a qualquer momento. Esta operação é possível pois o titular do domínio principal queima os “fusíveis”, isto é passa a totalidade da titularidade do subdomínio para o novo comprador. Uma outra opção é a oferta baseada em um modelo de subscrição em que o titular do domínio principal, atribui a posse limitada sobre o subdomínio através da “queima de fusíveis” específicos i.e, o subscritor tem controlo sobre certas funções do subdomínio, como mudar o avatar, ou edição dos campos de texto, mas não pode revender o subdomínio, por exemplo.
Hash criptográfico do domínio (Namehash)
O algoritmo utilizado para processar um domínio ENS e devolver um hash criptográfico que identifica de forma única esse domínio. O registo de um dominio é utilizado pela Namehash para criar um nódulo.
Nódulo
Um hash criptográfico que identifica exclusivamente um domínio.
Titular (Owner)
O titular de um domínio é a organização mencionada no campo de titular da página da Entidade Gestora de Registos (Registry). A capacidade de atribuir um resolvedor ou TTL, mudar a titularidade, e estabelecer ou remover subdomínios fazem parte dos poderes de um titular.
Registrar
O Agente de Registo (Registrar), é um contrato responsável pela atribuição de subdomínios. Os Registrar pode ser configurado a todos níveis e é escolhido por quem estiver designado pelo campo do titular da Entidade Gestora de Registos.
Registo/Cadastro (Registration)
A titularidade de um dominio é comprovada por um cadastro no contrato do Agente de Registo (Registrar). Isto é diferente do campo de titular no contrato da Entidade de Registo (Registry), uma vez que os cadastros são mantidos no contrato do Registrar, que também mantém um assentamento dos detalhes como datas de expiração e custos pagos. etc.
Registrador (Registrant)
O Titular de um cadastro. O registrador pode transferir o cadastro, definir o controlador, e recuperar a titularidade de um dominio o contrato da Entidade de Registo (Registry), se necessário.
Entidade de Registo (Registry)
O contrato principal do ENS, o registo mantém um mapa do nome de domínio (a qualquer nível - x, y.x, z.y.x etc.) para o titular, resolvedor, e TTL.
Resolvedor (Resolver)
Um resolvedor é um contrato que mapeia desde o nome até ao recurso (por exemplo, endereços de moeda criptográfica, hash de conteúdo, etc.). Os resolvedores são apontados pelo campo resolver do registo.
Entidade de Registo (Registry)
O contrato da Entidade de Registo (Registry) , que serve de base ao ENS, mantém um mapeamento entre os nomes de domínios (a qualquer nível, incluindo magnum.eth; amo.magnum.eth; eu.amo.magnum.eth) e os seus e os seus respectivos titulares, resolvedores, e parâmetros TTL.
Campos de textos (Records)
Os campos de texto são utilizados para armazenar qualquer informação que queira associar a um domínio ENS, tal como um endereço de correio electrónico, um URL, um hash IPFS, contas de redes sociais, e outros metadados da sua eleição.
Resolvedor (Resolver)
Um resolvedor é um contrato que mapeia desde o dominio até a qualquer recurso na Internet (por exemplo, endereços criptográficos, hash de conteúdo, etc.). Os resolvedores são indicados pelo campo resolvedor do contrato de Entidade de Registo (Registry).
Subdomínio (Subdomain)
Um subdomínio ENS é um domínio de terceiro nível (3LD), que vem antes do domínio de segundo nível (2LD) e da extensão de domínio (domínio de topo) (TLD). Por exemplo, o subdomínio de magnum.eth seria eu.amo.magnum.eth.
Enrolador de Domínios (Name Wrapper)
Name Wrapper (Enrolador de Domínios, tradução literal), permitirá a emissão de subdomínios por domínios de segundo nível (2LD), i.e. magnum.eth.
O contrato inteligente chamado Name Wrapper converte os actuais domínios de segundo nível do ENS em tokens ERC-1155, aumentando as coisas que se podem fazer com um domínio. Novas capacidades são: activar ou desactivar permanentemente os “Fusíveis”, vender um subdomínio como um NFT, ou arrendar um subdomínio. Qualquer novo subdomínio que seja criado depois de um domínio ter sido enrolado, este será cunhado (minted) como um ERC-721 NFT. Se o titular do domínio principal não pagar as taxas de registo de renovação, os titulares dos subdomínios correm ainda o perigo de perder o acesso ao seu domínio.
Resolução Joker (Wildcard Resolution)
Resolução Wildcard ou Joker (tradução livre), é um mecanismo que permite a criação deterministica de subdomínios. Como no jogo de cartas o Joker é uma carta que pode assumir qualquer valor, naipe, cor ou outra propriedade do jogo de cartas, a Resolução Joker (Wildcard Resolution) corresponde a solicitações ao ao contrato da Entidade de Registo a subdomínios inexistentes.
Para alcançar isto o mecanismo wildcard é definido usando um asterisco (*) como o rótulo (nome) mais à esquerda (parte) de um nome de domínio, i.e. .porexemplo.eth
Numerosas aplicações declararam o desejo de oferecer aos seus utilizadores subdomínios dos seus domínios. Contudo, uma vez que cada subdomínio deve ser definido no contrato da Entidade de Registo ENS, o custo de o fazer é bastante elevado para marcas/projectos com um número considerável de utilizadores. Mas ao permitir o suporte da resolução wildcard, é viável desenvolver resolvedores mais complexos que possam gerar deterministicamente endereços para subdomínios não atribuídos, o que tem um impacto substancial na adopção de L2.
Basicamente este mecanismo toma o asterisco () como um valor genérico para o domínios em questão. Isto significa que qualquer subdomínio, valor adicionado a esquerda do ponto antes de magnum.eth, por exemplo 1.magnum.eth, funcionará sem quaisquer alterações necessária ao nivel do contrato da Entidade de Registo (Registry).
A construção de resolvedores mais sofisticados que deterministicamente generam endereços e outras informações para subdomínios não atribuídos é possível ao permitir resolução wildcard. Os endereços produzidos podem corresponder a endereços “fallback” pré-definidos, endereços de implementação de contratos contrafactuais (tais como endereços CREATE2). Além disso, a resolução wildcard do resolvedor padrão seria substituída pela capacidade de atribuir resolvedores específicos a qualquer subdomínio dado.
Super Domínio (SuperDomain)
Este termo, também cunhado por Gary Palmer Jr, descreve um cenário em que um único domínio ENS pode servir como gTLD (domínio genérico de topo) no futuro. E assim eliminar a necessidade da criação de extensões de domínio (domínios de topo) adicionais, que apenas esgotariam o namespace global de domínios. Um exemplo disto seria, o titular de Poland.eth poderia lançar uma ISO (Oferta inicial de subdomínios) e vender subdomínios, Poland.eth. Assim manter-se-ia o aumento de complexidade no sentido da expansão de uma so extensão de domínio, neste caso .eth ( eu. <-. amo .<- magnum.eth)
Extensão de domínio ou domínios de Topo (TLD- Top Level Domain)
É o último trecho de domínio de um website, ou seja a parte que se segue imediatamente após o “ponto-final”.
i.e. .com ou .eth (ENS)
Usuário Universal (Sign in with Ethereum - Siwe)
Muitos serviços deixam-o entrar usando a sua conta Google, Facebook, ou Twitter, se já tiver uma. Não há necessidade de criar uma nova conta! O problema? Estas empresas são proprietárias da sua identidade. O seu perfil não é seu de verdade. As grandes empresas tecnologicas têm propriedade sobre a sua conta e podem cancelar-lo a qualquer momento.
E é aí é que entra o Sign in with Ethereum (Siwe) - usuário universal, tradução livre - utilizador pode autenticar a sua carteira de Ethereum, e é válido para plataformas web2 e web3. E assim gerir as suas identidades digitais, de forma soberana e fora do controlo das grandes empresas de tecnologia.
Administração da DAO ENS
$ENS
O token $ENS é a criptomoeda nativa do Ethereum Name Service (ENS). O token ENS funciona de forma semelhante a qualquer outra criptomoeda no blockchain Ethereum, porque é um token ERC-20. Os domínios ENS ERC-721 e o token ENS são inteiramente distintos. Existem 100 milhões de fichas ENS, das quais 50% estão atribuídos à tesouraria da DAO. A função mais distinta da criptomoeda ENS é a administração da DAO. Como consequência, os detentores de tokens podem influenciar a forma como o protocolo se desenvolve e avança. Os utilizadores podem fazer pedidos ou apresentar propostas ou à comunidade ENS. Antes de ser submetida a uma votação, uma proposta precisa de receber o apoio de 100.000 tokens.
Delegação / Delegados (Delegation/ Delegates)
O protocolo ENS é administrado pela comunidade como uma DAO (organização autónoma descentralizada). Mas os detentores de tokens de ENS não podem votar ou criar propostas enquanto não delegarem os seus direitos de voto a um endereço de Ethereum. A delegação tem que ser feita ou retirada a um endereço de cada vez. Um utilizador também se pode auto-delegar os seus próprios ENS tokens.
Note-se que a delegação não transfere ou bloqueia os tokens do detentor; simplesmente acrescenta o peso dos votos ao endereço da delegação escolhida.
“you were not airdropped free money, you were airdropped responsibility
— brantly.eth (@BrantlyMillegan) November 9, 2021”
(“Você não foi dado dinheiro grátis, foi-lhe dada responsabilidade
- brantly.eth (@BrantlyMillegan) 9 de Novembro de 2021”)
Quórum (Quorum)
Para que uma votação seja aprovada, uma determinada percentagem de tokens ENS deve votar. Os actuais requisitos de quórum são:
Propostas exequíveis: 1%
Propostas Sociais: 1%
Emendas Constitucionais: 1%
O objectivo deste quórum é assegurar que as únicas medidas que passam tenham a participação adequada dos eleitores.
Timelock
Todas as acções de administração são adiadas por um mínimo de 2 dias pelo contrato de “timelock” antes de poderem ser executadas.
Há três tipos centrais de propostas que os membros do DAO podem votar:
Propostas Sociais (Social Proposal)
As propostas sociais são sugestões offline, fora da cadeia de blocos, apresentadas à DAO. Um exemplo seriam possíveis alterações à percentagem de royalties do mercado secundário, como o OpenSea. Estas propostas requerem um quórum de 1% e uma taxa de aprovação de 50% para serem aprovadas.
Emendas Constitucionais
As emendas constitucionais são um tipo particular de “proposta social”. No entanto, estas são especiais, pois são sugestões para alterar a constituição do protocolo. Por exemplo, isto envolve propostas para alterar a forma como o protocolo ENS conduz a sua missão. As regras para alterar a constituição são especificadas na própria constituição, e requerem actualmente um quorum de 1% e aprovação de dois terços da DAO.
Propostas executáveis
Estas são propostas para operações nos contratos inteligentes controlados pela a DAO. Por exemplo, transferências de tokens e as ações inesperadas sobre contratos inteligentes. Ou a adjudicação de fundos a uma carteira multi-sig ou a actualização de um contrato central ao protocolo ENS. As propostas executáveis têm uma exigência de quórum de 1% e devem receber pelo menos 50% dos votos para serem aprovadas.
Pedidos para Propostas (RFPs - Requests for Proposal).
O DAO utiliza “Pedidos para Propostas” como o seu principal método de tomada de decisão (RFP). Um pedido de propostas (RFP) é um pedido do DAO dirigido a possíveis participantes para oferecerem os seus serviços em troca de dinheiro. Um RFP pode ser feito por qualquer pessoa que reconheça uma necessidade. Caso seja aceite, qualquer pessoa pode apresentar uma proposta em resposta e receber o projecto, mesmo se acreditar ser capaz de concluir o trabalho por si próprio, deve passar um RFP a fim de ser seleccionado pelo DAO para o executar e ser pago.
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